LOBO FRONTAL E AS RELAÇÕES COM A COGNIÇÃO

O córtex cerebral é dividido em áreas denominadas lobos cerebrais, cada uma com funções diferenciadas e especializadas.
Os lobos frontais são um dos quatro lóbulos principais ou regiões do córtex cerebral . Eles estão posicionados na região mais à frente do córtex cerebral e estão envolvidas no movimento, tomada de decisão, resolução de problemas e planejamento. Há três principais divisões dos lobos frontais. Eles são o córtex pré-frontal, a área pré-motora e  área motora. O córtex pré-frontal é responsável pela expressão da personalidade e do planejamento de comportamentos cognitivos complexos. 

Os sulcos e fissuras do Córtex Cerebral é que definem suas regiões em, por exemplo, Lobo Frontal, Lobo Temporal, Parietal e Occipital.
 Nós vamos falar sobre O Lobo Frontal que é um lugar onde se concentra enorme variedade de importantes funções, incluindo o controle de movimentos e de comportamentos necessários à vida social, como a compreensão dos padrões éticos e morais e a capacidade de prever as consequências de uma atitude.

Lobo frontal e cognição
O córtex motor controla e coordena a motricidade voluntária, sendo que o córtex motor do hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo do indivíduo, enquanto que o do hemisfério esquerdo controla o lado direito. Um trauma nesta área pode causar fraqueza muscular ou paralisia.
A aprendizagem motora e os movimentos de precisão são executados pelo córtex pré-motor, que fica mais ativa do que o restante do cérebro quando se imagina um movimento sem executá-lo. Lesões nesta área não chegam a comprometer a ponto do indivíduo sofrer uma paralisia ou problemas para planejar ou agir, no entanto a velocidade de movimentos automáticos, como a fala e os gestos, é perturbada.
A atividade no lobo frontal de um indivíduo aumenta somente quando este se depara com uma tarefa difícil em que ele terá que descobrir uma sequência de ações que minimize o número de manipulações necessárias para resolvê-la. A decisão de quais sequências de movimento ativar e em que ordem, além de avaliar o resultado, é feito pelo córtex-frontal, localizado na parte da frente do lobo frontal. Suas funções incluem o pensamento abstrato e criativo, a fluência do pensamento e da linguagem, respostas afetivas e capacidade para ligações emocionais, julgamento social, vontade e determinação para ação e atenção seletiva. Lesões nesta região fazem com que o indivíduo fique preso obstinadamente a estratégias que não funcionam ou que não consigam desenvolver uma seqüência de ações correta.
                




Anatomia

A anatomia vai do pólo frontal aos sulcos central e lateral, apresenta um sulco paralelo ao sulco central chamado sulco pré-central, ambos delimitam o giro pré-central e dois
 sulcos horizontais incompletos: frontal superior e frontal inferior que delimitamos giros frontal superior, frontal médio e frontal inferior.

Localização
 Localizado no Telencéfalo lobo frontal fica na parte frontal do cérebro e está associada com o raciocínio, coordenação motora, cognição nível mais elevado, e a linguagem expressiva. Na parte de trás do lobo frontal, junto ao sulco central, encontra-se o córtex motor. Esta área do cérebro recebe informações de lóbulos várias áreas do cérebro e utiliza esta informação para efectuar os movimentos do corpo. Danos no lobo frontal pode levar a mudanças nos hábitos sexuais, socialização e atenção, bem como aumento da tomada de risco.
Funções
Os lobos frontais estão envolvidos em várias funções do corpo, incluindo:
·                        Funções motoras
·                        Maiores funções de ordem
·                        Planejamento
·                        Raciocínio
·                        Julgamento
·                        Controle de Impulsos
·                        Memoria

Parte anterior - pré-frontal = emoções, iniciativa, caráter, afeto, comportamento
Parte média superior e média- área pré-motora, área motora suplementar =motricidade somática extrapiramidal – “involuntária”
Parte média inferior (esquerda) = centro da fala e da linguagem
Parte posterior - Giro pré-central = área motora primária motricidade voluntária


Neurotransmissores
Quimicamente, os neurotransmissores são moléculas relativamente pequenas e simples. Diferentes tipos de células secretam diferentes neurotransmisores. Cada substância química cerebral funciona em áreas bastante espalhadas mas muito específicas do cérebro e podem ter efeitos diferentes dependendo do local de ativação. Algum mecanismo deve existir através do qual o potencial de ação causa a liberação do transmissor armazenado nas vesículas sinápticas para a fenda sináptica. O potencial de ação estimula a entrada de Ca2+, que causa a adesão das vesículas sinápticas aos locais de liberação, sua fusão com a membrana plasmática e a descarga de seu suprimento de transmissor. O transmissor se difunde para a célula alvo, onde se liga à uma proteína receptora na superfície externa da membrana celular. Após um breve período o transmissor se dissocia do receptor e a resposta é terminada. Para impedir que o transmissor associe-se novamente a um receptor e recomece o ciclo, o transmissor, ou é destruído pela ação catabólica de uma enzima, ou é absorvido, normalmente na terminação pré-sináptica. Cada neurônio pode produzir somente um tipo de transmissor. 
NEUROTRANSMISSORES IMPORTANTES E SUAS FUNÇÕES:
Dopamina: A dopamina é um tipo de neurotransmissor inibitório derivado da tirosina e classificado no grupo das aminas. Produz sensações de satisfação e prazer. Os neurônios dopaminérgicos podem ser divididos em três subgrupos com diferentes funções. O primeiro grupo regula os movimentos: uma deficiência de dopamina neste sistema provoca a doença de Parkinson, caracterizada por tremuras, inflexibilidade, e outras desordens motoras, e em fases avançadas pode verificar-se demência. O segundo grupo, o mesolímbico, funciona na regulação do comportamento emocional. O terceiro grupo, o mesocortical, projeta-se apenas para o córtex pré-frontal. Esta área do córtex está envolvida em várias funções cognitivas, memória, planejamento de comportamento e pensamento abstrato, assim como em aspectos emocionais, especialmente relacionados com o stress.
Distúrbios nos dois últimos sistemas estão associados com a esquizofrenia. A carência da dopamina no cérebro é localizada na área motora, especificamente na substância negra, região do tronco encefálico, que contém grande quantidade de um pigmento conhecido como neuromelanina. É na substancia negra que tem origem a sintetização da dopamina. Presume-se que o LSD e outras drogas alucinógenas ajam no sistema da dopamina.

Serotonina: Atualmente a Serotonina está intimamente relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos chamados antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância (tornam ela mais disponível) no espaço entre um neurônio e outro. Esta amina biogênica encontra-se no SNC, notadamente no tronco cerebral, amígdala, mesencéfalo, núcleos talâmicos e no hipotálamo. É incrementado por muitos antidepressivos tais com o Prozac, e assim tornou-se conhecido como o 'neurotransmissor do 'bem-estar'. ' Ela tem um profundo efeito no humor, na ansiedade e na agressão.
Acetilcolina (ACh): A acetilcolina pode atuar tanto no sistema nervoso central quanto no sistema nervoso periférico. No sistema nervoso central, juntamente com os neurônios associados, formam um sistema neurotransmissor, o sistema colinérgico.  A acetilcolina controla a atividade de áreas cerebrais relaciondas à atenção, aprendizagem e memória. Pessoas que sofrem da doença de Alzheimer apresentam tipicamente baixos níveis de ACTH no córtex cerebral, e as drogas que aumentam sua ação podem melhorar a memória em tais pacientes.

Noradrenalina: Este neurotransmissor é encontrado no SNC, no tronco cerebral e no hipotálamo, e possui ação depres sora sobre a atividade neuronal do córtex cerebral. A noradrenalina do SNC provém da metabolização da dopamina pela ação da enzima dopamina beta-hidroxilase que metaboliza, também, o 5-hidroxipto fano em 5-hidroxitriptamina ou, então, origina-se da recaptura do neurotransmissor da fenda sináptica. Principalmente uma substância química que induz a excitação física e mental e bom humor. A produção é centrada na área do cérebro chamada de locus coreuleus, que é um dos muitos candidatos ao chamado centro de "prazer" do cérebro. A medicina comprovou que a norepinefrina é uma mediadora dos batimentos cardíacos, pressão sanguínea, a taxa de conversão de glicogênio (glucose) para energia, assim como outros benefícios físicos.

Glutamato: O principal neurotransmissor excitante do cérebro, vital para estabelecer os vínculos entre os neuroônios que são a base da aprendizagem e da memória a longo prazo. É armazenado em vesículas nas sinapses. O impulso nervoso causa a libertação de glutamato no neurôniopré-sináptico; na célula pós-sináptica, existem receptores (como os receptores NMDA) que ligam o glutamato e se ativam. Pensa-se que o glutamato esteja envolvido em funções cognitivas no cérebro, como a aprendizagem e a memória. As membranas de neurônios e de neuróglias possuem transportadores de glutamato que retiram rapidamente este aminoácido do espaço extracelular. Em situações de patologia cerebral (danos ou doenças), os transportadores podem funcionar de forma reversa e causar a acumulação de glutamato no espaço extracelular. Esta reversão provoca a entrada de íons cálcio (Ca2+) nas células, através de receptores NMDA, levando a danos neuronais e eventualmente morte celular (apoptose). Este processo é conhecido como excitotoxidade. A apoptose é causada por fatores como danos em mitocôndrias devido ao excesso de Ca2+ e promoção de fatores de transcrição de genes pró-apoptóticos (ou repressão de fatores de transcrição de genesanti-apoptóticos) mediada pelo glutamato e pelo Ca2+.


Dificuldades

O Lobo Frontal relaciona-se com a regulação e inibição de comportamentos e a formação de planos e intenções. As alterações provocadas no lobo frontal teriam como consequência dificuldades de atenção, concentração e motivação, aumento da impulsividade e da desinibição, perda do autocontrole, dificuldades em reconhecer a culpa, desinibição sexual, dificuldade de avaliação das consequências das acções praticadas, aumento do comportamento agressivo e aumento da sensibilidade ao álcool (sintomas positivamente correlacionados com o comportamento criminoso), bem como incapacidade de aprendizagem com a experiência.

Centro de Memória
Sistemas de Memória
- Aprendizado: Aquisição de novos conhecimentos.
- Memória: retenção da informação apreendida.
- Há diversos tipos de memórias:
- Memória Declarativa (explícita): trata-se da memória para fatos e eventos recentes. Localiza-se anatomicamente no lobo temporal. A memória declarativa é mais fácil de ser formada mas também mais fácil de ser esquecida.
- Memória Não-Declarativa (implícita): trata-se da memória relacionada a procedimentos motores (andar de bicicleta – localizada no striatum), condicionamento clássico (respostas emocionais – complexo amigdalóide e resposta muscular como piscar dos olhos – cerebelo), aprendizado não associativo (reflexos medulares) e memória de início (influencia da apresentação inconsciente de elementos - neocortex).
A memória não-declarativa é mais complicada de ser esquecida, para seu aprendizado necessita de repetição inicial.
Modelo de consolidação da memória: o lobo temporal interno exerce papel de ligação temporária entre múltiplas zonas do neocórtex que armazenam uma representação do acontecimento vivido. (1) A ativação conjunta e repetida destas regiões por intermédio do lobo temporal interno cria e reforça gradualmente as interconexões neocorticais. (2) Quando a consolidação se completa, as interconexões que representam o acontecimento tornam-se permanentes. A reativação da lembrança é, então, independente do lobo temporal interno. (3) Mecanismo de consolidação explica a preservação da memória antiga quando o lobo temporal interno é acometido, a preservação de lembranças recentes em casos de lesões neocorticais (demência semântica) e a perturbação global das lembranças quando as lesões afetam as duas regiões (encefalites).

Memórias de Longa e Curta Duração

1.       Memória de Longa Duração: podemos recordar horas, dias, meses ou anos após as informações terem sido armazenadas.
2.       Memórias de Curta Duração: duram alguns segundos ou no máximo, poucas horas.

Obs. Traumatismos geralmente acometem a memória de curta duração, não a de longa duração, exceto nas lesões mais graves com perda de massa encefálica de determinadas regiões. Mas nas concussões cerebrais, o mais freqüente e observarmos uma amnésia para fatos recentes.
* A consolidação da memória é o processo que transforma as memórias de curta duração em memórias de longa duração.
- Amnésia: há dois tipos descritos de amnésia mais comuns – Amnésia retrógrada com acometimento da memória de longa duração e a amnésia anterógrada, aquela com dificuldades de formação de novas memórias bem como esquecimentos de fatos que aconteceram muito precocemente (momentos anteriores ao traumatismo cranioencefálico, por exemplo).
Anatomia da Memória
- O lobo temporal armazena traços da memória declarativa: o hipocampo armazena memórias de média duração, sendo fundamental para a consolidação da memória. Após a consolidação da memória na região do hipocampo, estas informações são transferidas para outras regiões do córtex cerebral (neocórtex).
- As regiões do hipocampo responsáveis pela consolidação da memória são chamadas de cornos de Amon – regiões CA, subdivididas em subregiões denominadas: CA1, CA2, CA3, CA4.
- As regiões envolvidas com a consolidação da memória: hipocampo (CA1 e CA3 principalmente), córtex entorrinal, córtex perirrinal e giro para-hipocampal. Sendo que as lesões no córtex perirrinal como em CA1 e CA3, levam à déficits agudo de memória.


Centro de emoções

O que acontece quando sentimos raiva?
Quando ficamos com raiva, o ritmo cardíaco, a pressão arterial e aprodução de testosterona aumentam, o cortisol (o hormônio do estresse) diminui e o hemisfério esquerdo do cérebro torna-se mais ativo.
"As emoções geram alterações profundas no sistema nervoso autônomo, quecontrola a resposta cardiovascular, e também no sistema endócrino. Além disso, ocorrem mudanças também na atividade cerebral, especialmente nos lobos frontal e temporal", explica Neus Herrero, principal autor do estudo.
No entanto, "olhando apenas para a atividade cerebral assimétrica do lóbulo frontal, que ocorre quando experimentamos emoções, há dois modelos que contradizem o caso da raiva," destacam os pesquisadores.
O primeiro modelo, "de valência emocional", sugere que a região frontal esquerda do cérebro está envolvida com as emoções positivas, ao passo que a região direita está mais relacionada às emoções negativas.
O segundo modelo, "de direção motivacional", mostra que a região frontal esquerda está envolvida com emoções relacionadas à aproximação, enquanto a direita está associada às emoções que provocam fuga.
As emoções positivas, como felicidade, são normalmente associadas a uma motivação de proximidade, e as negativas, como medo e tristeza, são caracterizadas por uma motivação de afastamento ou fuga.

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