Relativismo cultural

Relativismo cultural 

Segundo o relativismo cultural, culturas distintas não podem ser julgadas a partir de um ponto de vista exterior a elas.

O relativismo cultural é um conceito antropológico segundo o qual não é possível julgar a partir de um ponto de vista externo os padrões e valores culturais (moralidade, práticas, crenças) de uma determinada cultura. Essa perspectiva entende que existe uma incompatibilidade fundamental entre os sistemas de valores de diferentes culturas e também que não há critérios objetivos que permitam classificar as culturas entre superiores e inferiores, pois todas as culturas, segundo o relativismo cultural, devem ser vistas como igualmente aptas a preencher as necessidades de seus integrantes. Os defensores do relativismo cultural afirmam que ele é uma forma de dar voz a culturas marginalizadas e acusam a visão evolucionária de etnocêntrica, por derivar de uma disposição humana para classificar outros grupos que não o próprio como inferiores.



    
O que é multiculturalismo?
O multiculturalismo é um princípio que defende a necessidade de se ir além das atitudes de tolerância entre diferentes culturas num mesmo território ou nação. Para os defensores do multiculturalismo, as diferenças entre culturas que habitam um mesmo estado devem ser respeitadas e encorajadas, para que possa haver uma coexistência harmoniosa. A ideia de multiculturalismo está associada a outros fenômenos contemporâneos como o pós-modernismo e o relativismo cultural. Não há, no entanto, um consenso entre os pensadores desse tema sobre a sua definição. São basicamente dois os conceitos mais utilizados de multiculturalismo: um diz que todas as culturas dentro de uma mesma nação têm o direito de existir mesmo que não haja um fio condutor que as una; outro conceito define multiculturalismo como uma diversidade cultural coexistindo dentro de uma nação em que há um elo cultural comum que mantenha a sociedade unida.

O que é estereótipo?
O estereótipo é a imagem que se faz de um indivíduo ou de um grupo a partir de opiniões simplificadoras carregadas de valores preconcebidos sobre suas atitudes e comportamentos. Os estereótipos são generalizações, normalmente frágeis numa análise um pouco mais apurada, sobre as supostas características dos membros de um grupo social. Os elementos que constroem um estereótipo são normalmente baseados em preconceitos, como os raciais e sexuais. Muitas pessoas assimilam os estereótipos em seu modo de pensar durante a infância, mas eles continuam a ser criados e reforçados constantemente, principalmente em visões simplificadas da realidade apresentadas em vários tipos de produtos veiculados pelos meios de comunicação de massa. Os estereótipos após assimilados são altamente resistentes a mudanças e acabam influenciando as atitudes e percepções sociais, muitas vezes impedindo as pessoas de enxergarem os indivíduos e grupos estereotipados como eles realmente são.



O que é arquétipo?
O significado mais usado atualmente para arquétipo foi desenvolvido pelo psicólogo e psiquiatra suíço Carl Gustav Jung. Segundo ele, o arquétipo é um modelo de pensamento comum a toda a humanidade, um processo que estrutura símbolos e imagens em todas as culturas e parte integrante do que ele chamou de "incosciente coletivo" (área da mente que contém memórias e impulsos comuns a toda a humanidade originárias na estrutura herdada do cérebro, na qual a experiência humana tem sido de alguma forma codificada e transferida de geração para geração). Os arquétipos determinam a forma das imagens e são evidenciados nos imaginários coletivos e individuais observados nas mitologias, religiões, sonhose nas manifestações artísticas. Três dos arquétipos mais significativos identificados por Jung foram: o animus (arquétipo masculino), a anima (arquétipo feminino) e a sombra (lado obscuro ou negativo da personalidade humana). 

Cultura e educaçao?

Cultura é inerente à padrões de comportamentos, crenças, instituições, e conhecimentos transmitidos coletivamente e devem ser típicos de uma época, de uma região ou até mesmo de uma civilização.
Educação é um processo de desenvolvimento da capacidade física, da capacidade intelectual e moral do ser humano, é portanto um conjunto de valores transmitidos ao indivíduo de forma específica pela família em primeira mão e em seguida complementada por instrutores específicos e seu conteúdo passa do geral para a especialização, podendo ser diferenciada de conformidade com os setores focalizados.
A educação é por vezes confundida com civilidade e polidez, isso erradamente, diz-se de um individuo civilizado que é bem educado. No entanto um individuo bem civilizado pode não ter educação nenhuma, enquanto um analfabeto pode ser um individuo bem civilizado(bem educado), ou um idividuo extremamente educado pode ser um grosseirão sem nenhuma civilidade(mal educado).


3. Educação e cultura


A educação tem, a princípio, como finalidade, promover mudanças desejáveis e relativamente permanentes nos indivíduos, e que estas venham a favorecer o desenvolvimento integral do homem e da sociedade. Portanto, é importante ressaltar que a educação atinja a vida das pessoas e do conjunto em todos os âmbitos, visando à expansão dos horizontes pessoais, o desenvolvimento humano, além da observação das dimensões econômicas e o fortalecimento de uma visão mais participativa, crítica e reflexiva dos grupos nas decisões dos assuntos que lhes dizem respeito. 

“Não há ninguém que, tendo sido abandonado durante a juventude, seja capaz de reconhecer na sua idade madura em que aspecto foi descuidado, se na disciplina, ou na cultura (pois que assim pode ser chamada a instrução). Quem não tem cultura de nenhuma espécie é um bruto; quem não tem disciplina ou educação é um selvagem. A falta de disciplina é um mal pior do que a falta de cultura, pois essa pode ser remediada mais tarde, ao passo que não se pode abolir o estado selvagem e corrigir um defeito de disciplina”. (NETO, 2003 apud KANT, 1996, p.16).

A educação é um acontecimento pessoal. É pela educação que a cultura e a humanidade são transmitidas, conservadas e transformadas. Educação tem tudo a ver com devir humano. A escola se faz em um espaço de participação, de compartilhamento, de disputa e de negociação de sentidos que implicam em transformações na vida pessoal de cada um dos que a freqüentam e na vida social de todos. A escola é um espaço em que produzimos, transmitimos e criamos cultura. 
No Brasil, o debate sobre as relações entre cultura popular e escola pública surge entre as décadas de 50 e 60, a partir do método Paulo Freire e de outros movimentos de educação popular, aparecendo o que se denominou educação popular. Educação esta que valoriza, sobretudo a cultura popular e que estaria, inicialmente, destinada ao povo, aos oprimidos, referindo-se nesta perspectiva à valorização desta cultura como meio de lutar contra a discriminação dos seus produtores e reforçar os grupos sociais que tem sua participação restrita na sociedade pela classe dominante, ou elite, cuja cultura seria, teoricamente, a erudita.
Infelizmente, o que observamos da realidade educacional, social e cultural do nosso Brasil, é que este não favorece o desenvolvimento do verdadeiro potencial do nosso povo, pois este vive, ou melhor, sobrevive aos favores das vontades dos poderosos. As escolas públicas que abrigam os alunos oriundos das camadas populares são vítimas de programas governamentais que nunca priorizam suas necessidades e nem oferecem condições reais para o melhoramento e avanço da educação brasileira, posto que não há como progredir sob o domínio de um Estado cujas medidas se mostram contrárias aos interesses populares, devido ao seu comprometimento com a classe dominante.
A educação tem também de enfrentar outros tipos de obstáculos que impedem o seu progresso tais como a necessidade de a criança trabalhar para complementar a renda familiar, a violência urbana que afasta os pobres da escola além das greves dos professores, que embora justas, prejudicam o bom andamento escolar.
Como a cultura, a educação sofre influências cada vez maiores do fator socioeconômico e do político, e é devido a esta conjuntura participativa que cresce o papel da educação em relação ao desenvolvimento como compromisso social. O desenvolvimento e a educação não podem ser vistos como idéias separadas, mas como um único conceito que se desdobra em uma cadeia de ações que se complementam. Assim o ensino deixa de ser exclusivamente da escola e o desenvolvimento se torna o maior meio de educação como prática social.

“Vivemos em uma sociedade de classes onde as desigualdades sociais, econômicas e políticas ultrapassam os limites da imaginação. Essas desigualdades são responsáveis pela situação de “apartação” reinante, na qual, muitas vezes, “rico” e “pobre” só se encontram em situações de faxina ou assalto. Por um lado condomínios de luxo, rodeados de grades de ferro, por outro, favelas que se estendem até os quatro horizontes, levando a justaposição, na mesma sociedade, de modos de vida radicalmente diferentes um do outro. É responsabilidade de todo cidadão zelar pela erradicação desta desigualdade, resultado de estruturas políticas e econômicas perversas”. (FONSECA, 2009, p. 03)

A reflexão sobre o papel da educação em uma sociedade cada vez mais de caráter multicultural, é recente e crescente no nível internacional e, de modo particular, na América Latina. No entanto, a gênese desta preocupação obedece a origens e motivações diferentes (sociais, políticas, ideológicas e culturais) em diversos contextos, como o europeu, o norte-americano e o latino-americano. De qualquer modo, é a própria concepção da escola, suas funções e relações com a sociedade, o conhecimento e a construção de identidades pessoais, sociais e culturais que está em questão. 
Vivemos uma época em que a consciência de que o mundo passa por transformações profundas é cada dia mais forte. Esta realidade provoca em muitas pessoas e grupos, sentimentos, sensações e desejos contraditórios, ao mesmo tempo de insegurança e medo, potenciadores de apatia e conformismo como também de novidade e esperança, mobilizadores das melhores energias e criatividade para a construção de um mundo diferente, mais humano e solidário.
Globalização, multiculturalismo, pós-modernidade, questões de gênero e de raça, novas formas de comunicação, informatização, manifestações culturais dos adolescentes e jovens, expressões de diferentes classes sociais, movimentos culturais e religiosos, diversas formas de violência e exclusão social configuram novos e diferenciados cenários sociais, políticos e culturais. 
A escola não pode ignorar esta realidade. O impacto destes processos no cotidiano escolar é cada vez maior. A problemática atual das nossas escolas de primeiro e segundo graus, particularmente as das grandes cidades, onde se multiplicam uma série de tensões e conflitos, não pode ser reduzida aos aspectos relativos à estruturação interna da cultura escolar e esta necessita ser repensada para incorporar na sua própria estruturação estas questões e novas realidades sociais e culturais. 
No interior da cultura, recebemos, aprendemos, reproduzimos, transmitimos, transformamos e criamos o mundo e a humanidade por meio das práticas socioculturais. Podemos dizer que nos educamos e somos educados nessas práticas. Passamos a participar de um mundo humano. 
Assim, a educação acontece em todos os lugares em que as pessoas estão se relacionando umas com as outras: na família, no trabalho, no templo, no quintal, no mato, etc. Em qualquer ambiente desses, alguém educa alguém com ou sem intenção de educar. 
O processo pelo qual entramos em uma cultura e aprendemos a ser e a viver é denominado endoculturação. A endoculturação é diferente da aculturação, em que a cultura de um povo é negada pela cultura de outro povo. 
A educação como endoculturação é forma que possibilita a convivência social em que compartilhamos, disputamos e negociamos o mínimo de valores, crenças, saberes, normas e símbolos. É, ao mesmo tempo, um acontecimento pessoal (educo-me com os outros) e social (sou educado pelos outros). E é, sobretudo, o modo como o humano se faz presente no próprio humano.

“Talvez a educação se torne sempre melhor e cada uma das gerações futuras dê um passo a mais na direção ao aperfeiçoamento da Humanidade, uma vez que o grande segredo da perfeição da natureza humana se esconde no próprio problema da educação. A partir de agora, isto pode acontecer. [...] Isto abre a perspectiva para uma futura felicidade da espécie humana”. (idem, p. 16-17)

Desde que nascemos vamos aprendendo a viver numa cultura que as gerações anteriores criaram. Essa transmissão cultural é a presença do humano no humano: a educação num sentido bem amplo, pela qual homens e mulheres se fazem humanos e educadores na vida.
Acontece que no movimento de transformação da cultura (criação de novos significados, de novos modos de trabalhar e de novas regras de convivência) a vida social transforma-se, a ponto de as pessoas precisarem se apropriar de saberes específicos para poderem participar das práticas sociais. Isso implica numa divisão do saber e do trabalho e na necessidade de novos saberes que possam dar conta de controlar a própria vida social.
Muito embora essa divisão signifique bem uma situação de desigualdade social, ela está presente na cultura e a escola tem a ver com ela. A escola foi criada como instituição educativa, isto é, para transmitir às novas gerações aqueles elementos culturais (saberes específicos) necessários para a participação na vida social, conforme a divisão do trabalho, do poder e do saber. “Na escola, vivemos nosso mundo, o mundo dos outros e compartilhamos, pensamos, imaginamos, planejamos, projetamos, criamos outros mundos juntos”. (BESSA, 2005). Uns aprendem e fazem certas coisas, outros aprendem e fazem outras coisas.
A necessidade de ensinar e de aprender saberes específicos para poder participar da vida social fez que a escola fosse inventada como lugar em que se cuida e se ensina às crianças coisas que não se aprende em casa nem na rua (saberes científicos e técnicos) e lugar em que se aprende (muitas vezes sem saber) de maneira diferente as coisas que se aprende em casa e na rua também (o “jeitão” humano de viver).

“Com isso, podemos pensar que homens e mulheres se tor¬nam humanos quando podem experimentar em suas vidas a possibilidade de falar e de escutar os outros, de expressar-se e perceber os outros, de sentir-se e de sentir os outros in¬tegralmente: como seres simbólicos, produtivos, sensíveis, morais e políticos. Podemos pensar, também, que o homens e mulheres vêm a ser o que são pela educação de que partici¬pam com outros homens e mulheres”. (BESSA, 2005, p. 77)

A escola, mesmo sendo uma instituição criada especificamente para ensinar aquele mínimo de cultura necessária à convivência das diferenças é, como qualquer outra instituição social, um espaço em que produzimos, transmitimos e criamos cultura. Logo, é também um espaço educativo em sentido amplo: tem a extraordinária tarefa social de criar intencionalmente as condições educativas para que possamos receber, desconstruir e reconstruir o mundo humano já construído.
A escola, em sua tarefa social, educa tanto para a obediência aos costumes (padrões de comportamento) da comunidade e da sociedade como pode educar para um posicionamento crítico e autônomo em relação a esses padrões.
Para tanto, é preciso integrar a cultura à questão educacional, porque a educação é resultado das práticas culturais dos grupos sociais. O próprio processo de ensinar e aprender revela essas práticas. Sabemos que todos os seres humanos têm cultura, e que a cultura não é inata nas pessoas, mas é adquirida na convivência em grupo. E o lugar ideal para a aquisição, desenvolvimento e conscientização da importância da cultura, ainda é a escola. Nela alunos e professores trocam experiências, vivências e singularidades. Convivem diariamente com as diferenças e praticam a “inclusão cultural”. 
A reflexão sobre educação não se esgota jamais. O processo educativo, seja o formal transmitido pela escola, seja o obtido através da experiência de vida não é temporário e se presta a insistentes debates e intenso estudo.
A pedagogia, como bem nos aponta o verbete do dicionário, trabalha com uma série de técnicas, fundamentações teóricas, experiência, conhecimento elaborado, com ideais educativos que passam a ser ideais de vida; portanto, a pedagogia pode-se dizer, mobiliza o indivíduo por inteiro. O papel da escola, no mundo da educação, é o de questionar criticamente os modos de pensar, de sentir, de atuar e os resultados dessa atuação das gerações humanas. Em síntese, o papel da escola perante as demandas contemporâneas seria o de recriar a cultura na escola e a cultura que nos rodeia.

Conclusão


Após a finalização deste trabalho podemos concluir que ao iniciarmos uma reflexão sobre a educação não podemos deixar de lado o ‘ser’ homem e a sua cultura. O homem perante a todas as suas definições, suas visões e interpretações busca sua cultura na educação e sua educação em tal cultura. O homem que participa da educação é resultado desta mesma e é ingressado a habitar em meio a uma sociedade cultural. O homem é um ser cultural. E em meio a cultura, o homem se relaciona, e esta é uma definição magna de que o homem não é uma ilha, ele se relaciona, precisa do outro para construir uma sociedade. E esta construção se dá através de seus conhecimentos adquiridos em uma educação formal e informal. A educação faz o homem para a sociedade, desta forma a cultura precisa da educação. Mas, devido a pluralidade de culturas existentes, a educação se baseia na cultura local para a construção do indivíduo, isto é, é preciso associar a cultura à educação, pois a educação é a soma de uma pratica cultural. Educação e cultura transformam o homem. A educação como pensar, agir, interpretar, sentir e a cultura como viver, ser, relacionar, ver. O homem como transformador e construtor interpreta a sua cultura na educação, desta forma a educação faz nascer uma nova cultura para o homem. 

Felix, esta é uma das mais complexas perguntas, espero ser humilde em respondê-la.

A cultura se faz necessária e é pertinente a localidade geográfica dos povos. Salienta-se
os costumes, o folclore e demais regionalismos absorvidos como corretos.

Já a educação tem a ver com a prática de bons costumes, do exercício pleno da cultura
absorvida.

Posso afirmar, sem ser nebuloso, que a educação é a projeção do conhecimento no
domínio da cultura.

Entre uma coisa e outra, fazemo-nos diferentes: política, social, religiosa e demograficamente.

Isto posto, a medida da educação pode ser outra, dado a base de cultura em comparação.

Eis-me aqui, aprendendo a cada dia.

Fonte(s):

CULTURA E EDUCAÇÃO
Endoculturaçao e socialização?
Socialização é a assimilação de hábitos característicos do seu grupo social, todo o processo através do qual um indivíduo se torna membro funcional de uma comunidade, assimilando a cultura que lhe é própria. É um processo contínuo que nunca se dá por terminado, realizando-se através da comunicação, sendo inicialmente pela "imitação" para se tornar mais sociável.

Endoculturação é o processo permanente de aprendizagem de uma cultura que se inicia com assimilação de valores e experiências a partir do nascimento de um indivíduo e que se completa com a morte.
Este processo de aprendizagem é permanente, desde a infância até à idade adulta de um indivíduo.
A medida que o individuo nasce, cresce, e desenvolve, ele aprende envolvendo-se cada vez mais a agir da forma que lhe foi ensinado.

Conceito de cultura?

A CULTURA é fundamental para a compreensão de diversos valores morais e éticos que guiam nosso comportamento social.   Entender como estes valores se internalizaram em nós e como eles conduzem nossas emoções e a avaliação do outro, é um grande desafio.
CULTURA - É o conjunto de atividades e modos de agir, costumes e instruções de um povo. É o meio pelo qual o homem se adapta às condições de existência transformando a realidade.
Cultura é um processo em permanente evolução, diverso e rico. É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade; fruto do esforço coletivo pelo aprimoramento de valores espirituais e materiais.  É o conjunto de fenômenos materiais e ideológicos que caracterizam um grupo étnico ou uma nação ( língua, costumes, rituais, culinária, vestuário, religião, etc ), estando em permanente processo de mudança.
ETNOCENTRISMO é uma atitude na qual a visão ou avaliação de um grupo sempre estaria sendo baseado nos valores adotados pelo seu grupo, como referência, como padrão de valor. Trata-se de uma atitude discriminatória e preconceituosa. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico sendo considerado como superior a outro.

RELATIVISMO CULTURAL -  é uma ideologia politico-social que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmo.
O relativismo cultural defende que o bem e o mal são relativos a cada cultura. O "bem" coincide com o que é "socialmente aprovado" numa dada cultura. Os princípios morais descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas normas da nossa sociedade.
 Etnocentrismo?
Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc.

Perguntar sobre o que é etnocentrismo é, pois, indagar sobre um fenômeno onde se misturam tanto elementos intelectuais e racionais quanto elementos emocionais e afetivos. No etnocentrismo, estes dois planos do espírito humano – sentimento e pensamento – vão juntos compondo um fenômeno não apenas fortemente arraigado na história das sociedades, como também facilmente encontrável no dia-a-dia das nossas vidas.

Assim, a colocação central sobre o etnocentrismo pode ser expressa como a procura de sabermos os mecanismos, as formas, os caminhos e razões, enfim; pelos quais tantas e tão profundas distorções se perpetuam nas emoções, pensamentos, imagens e representações que fazemos da vida daqueles que são diferentes de nós. Este problema não é exclusivo de uma determinada época nem de uma única sociedade. Talvez o etnocentrismo seja, dentre os fatos humanos, um daqueles de mais unanimidade.

Como uma espécie de pano de fundo da questão etnocêntrica temos a experiência de um choque cultural. De um lado, conhecemos um grupo do “eu”, o “nosso” grupo, que come igual, veste igual, gosta de coisas parecidas, conhece problemas do mesmo tipo, acredita nos mesmos deuses da mesma forma, empresta à vida significados em comum e procede, por muitas maneiras, semelhantemente. Aí, então, de repente, nos deparamos com um “outro”, o grupo do “diferente” que, às vezes, nem sequer faz coisas como as nossas ou quando as faz é de forma tal que não reconhecemos como possíveis. E, mais grave ainda, este “outro” também sobrevive à sua maneira, gosta dela, também está no mundo e, ainda que diferente, também existe.

Este choque gerador do etnocentrismo nasce, talvez, na constatação das diferenças. Grosso modo, um mal-entendido sociológico. A diferença é ameaçadora porque fere nossa própria identidade cultural. O monólogo etnocêntrico pode, pois, seguir um caminho lógico mais ou menos assim: Como aquele mundo de doidos pode funcionar? Espanto! Como é que eles fazem? Curiosidade perplexa? Eles só podem estar errados ou tudo o que eu sei está errado! Dúvida ameaçadora?! Não, a vida deles não presta, é selvagem, bárbara, primitiva! Decisão hostil!

2 O conceito de etnocentrismo parte do estudo do grande choque e da grande estranheza que se dá no encontro de dois ou mais grupos diferentes. Surge, então, o grupo do "eu" e o grupo do "outro", tendo o primeiro como real, absoluta e principal referência e a segunda como algo exótico, excêntrico, anormal, exuberante e primitivo.

No contexto do Descobrimento da América, a problematização dessa expressão se deu de forma mais grave, pois como o grupo do eu (colonizador) tinha o recurso da força das armas de fogo, se achou no direito de definir o grupo do outro (índio) segundo seus princípios e valores e exercer a grande dificuldade moral e intelectual que tinham de conviver com a diferença cultural, social e emocional deste povo, impondo que suas manifestações eram selvagens, esdrúxulas, antropófagas, pré-históricas e precisavam serem destruídas ou "civilizadas.

Aculturação?
Aculturaçao e a assimilaçao da cultura de um outro grupo ou individuo.
Exemplo: Comer em fast food, algo que nao e pertecente a cultura brasileira, mas ja foi assimilada por ela.

Relacione etnocentrismo com aculturaçao?

Há muita coisa em comum entre esses dois. O etnocentrismo é um povo achar-se superior a outros, tentando assim tomar ou influenciar outros povos para q eles sigam o seu exemplo. Aculturação é perder a própria cultura adotando os valores e costumes d outros. Há tempos não mexo com esse assunto, mas tenho certeza q stou certo.

Freqüentemente, podemos observar no mundo contemporâneo um apelo ao respeito da diversidade cultural. Este discurso parece partir da necessidade de reconhecermos a importância de outras culturas em relação a nossa, já que há tempos está consolidada a idéia de que temos uma unidade biológica, sejamos nós vermelhos, brancos, negros ou de qualquer outra cor. Nesse sentido, temos um dos métodos da Antropologia, o relativismo cultural, isto é, os valores são relativos a cada cultura, não existindo um valor objetivo que sirva para todas.

Esta idéia permeia bastante as ciências sociais modernas e contemporâneas, fundamentando uma série de estudos que se encontram nas bibliotecas do País e do mundo. Muitos defendem o relativismo cultural como sendo um meio para o entendimento das sociedades. Isto é fato: conseguimos enxergar as diferenças e peculiaridades entre uma cultura e outra através do entendimento das funções que cada ação exerce sobre uma dada sociedade e, com isso, entendê-las ao menos em partes. Portanto, ele é útil como ferramenta de estudo.

Entretanto, o relativismo cultural não é útil para uma ética do mundo globalizado, enquanto princípio de conduta, porque, se os valores são relativos a cada cultura, em uma podemos ter um bem que em outra é considerado um mal. Isto é, não temos bem e mal objetivos. Desse modo, eles não existem.

De acordo com o relativismo, o “bem” seria “o que é socialmente aceito”, tanto em nossa sociedade ocidental quanto em uma cultura particular de um lugar específico da África, por exemplo. No caso de uma cultura muito específica e não ocidental, como o caso de alguns povos nativos, o “bem” é algo tido como “bem” por todos os membros desta cultura, diferente do que é socialmente aceito no mundo ocidental, que pode variar dependendo do caso.

Seguindo este raciocínio, temos que, se matar pessoas em uma cultura é algo socialmente aceito, então matar pessoas é um bem, relativo à cultura observada. É claro que o exemplo de matar pessoas é um exemplo de contraste, o qual uso porque muitas pessoas não querem morrer e tantas outras não querem matar uma pessoa que gostam. Não podemos ignorar também que, não raro, o sacrifício, no sentido antropológico, exerce uma função de bem social em uma porção de culturas. Os grandes textos chineses, por exemplo, atribuem ao sacrifício a função de estabelecer a ordem, acalmar os povos, ou seja, exercer um bem à sociedade, embora, mesmo nesses casos, o sacrifício não traga calma efetiva (duradoura), já que a violência, na forma de vingança, não cessa (ver René Girard, A violência e o sagrado, Paz e Terra, 1998). Com o relativismo, como proceder, então, numa conduta moral, na educação de alunos, filhos (para quem quer) etc.?

Com o relativismo cultural a conduta moral torna-se complicada, pois força-nos a nos conformar com as normas sociais, com aquilo que é socialmente aceito; caso contrário, entramos em contradição. Assim, abre-se pressuposto para fazermos o que bem entendemos. Porém, globalizando a questão à humanidade, se formos nos conformar com tudo o que é socialmente aceito em uma cultura ou em um grupo (mesmo dentro de nossa cultura), o mundo virará um caos, porque todos poderão fazer o que bem entendem sem hesitação, já que se abre pressuposto para tal. É claro que todos nós temos o direito de ir e vir e fazer o que bem entendemos, mas bem sabemos que fazer TUDO o que podemos não é uma boa opção.

Então, se o relativismo cultural, enquanto visão de mundo e não enquanto ferramenta metodológica, exclui o bem e o mal, a desordem toma conta. Toma conta porque vamos poder desobedecer à lei, a qual regula de algum modo a sociedade, ou nem tê-la. De fato, desobedecer à lei (ou não tê-la) não é ruim para alguns, mas é ruim quando mexe com esses alguns. Vejamos um exemplo: se o relativismo cultural exclui bem e mal objetivos e, portanto, abre pressuposto para fazermos o que bem entendemos e, assim, abre a possibilidade de ignorarmos a lei, vamos poder pegar quem nós odiamos, roubar tudo o que eles têm e prende-los em uma caixa negra, isolada, para não interagirem com ninguém. Será que eles vão gostar? É claro que não, porque, por exemplo —entre vários outros—, estudos na área de Psicologia mostram que nós somos feitos uns para os outros, mostra que a espécie Homo sapiens sapiens tem a necessidade de se inter-relacionar (ver David G. Myers, Cap. 15, Psicologia Social, livro: Explorando a Psicologia). Este é um caráter de nossa espécie.

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